Em 1912, Vladimir Ivanovitch Murkov deixou o seu exílio em Paris. Não para voltar a Moscou, como desejava, mas para se exilar num lugar ainda mais distante. Usou todo o dinheiro que lhe restava para embarcar num navio rumo ao Pacífico Sul e garantir que o comandante não só o deixaria numa ilha deserta como também seguiria viagem sem anotar coordenadas ou qualquer indicação que permitisse encontrá-lo.
Levou consigo alguns mantimentos, velas, fósforos, tinta, papel e 835 garrafas vazias. E começou a escrever. Cada página (numerada) de seu último e definitivo romance foi inserida numa garrafa e lançada ao mar.
Muitas foram destruídas, especialmente durante os combates navais da Segunda Guerra Mundial. Até hoje foram recuperadas 322, nove delas trazidas às praias da Indonésia pelo maremoto de 2004. A garrafa-página número 1, com o título, nunca foi encontrada.
Aparentemente, o romance conta a história de Vladimir, um sonhador que tenta construir uma sociedade mais justa porém se vê sempre sozinho em seus esforços.
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